27 de maio de 2015

Quase fim

Final de intercâmbio é uma coisa surreal. É engraçado eu só ter começado a escrever no final do meu intercâmbio sendo que o mais divertido seria escrever durante o ano inteiro que passei aqui na França. Admito que no começo era falta de tempo. A faculdade aqui era muito pesada e eu não estava acostumada com esse ritmo, ainda mais fazendo praticamente tudo sozinha, tanto os trabalhos da faculdade quanto as tarefas domésticas. Todas as semanas eu virava noites para fazer o que o professor pedia, enfrentava um frio daqueles que você não quer nem abrir a janela, não comia a comida que estou acostumada...

É, foi duro. No segundo semestre eu já estava mais habituada com a rotina de casa, de ter que limpar, cozinhar, lavar, passar. Mas isso porque a minha faculdade também está mais leve (não tanto agora no final, mas o começo foi tranquilo). E foi ótimo porque isso me deu mais possibilidade de fazer viagens curtinhas para conhecer lugares aqui perto e conseguir resolver toda a papelada que é ir embora de um país sem muito estresse.

Se eu precisasse descrever esse ano em uma palavra, eu diria "intenso". Intenso porque todas as oportunidades vão começar a aparecer na sua frente e você tem que agarrar todas elas. E vão continuar aparecendo durante o ano todo, é uma prova de resistência difícil.

Se é prazeroso, é, com toda a certeza. Mas eu já estou esgotada. Ao mesmo tempo que deixo a França com muito peso e muitas saudades de gente que conheci aqui, quero voltar para o meu lar de verdade, reencontrar minha família e pessoas queridas e voltar para a minha rotina de vida normal, que não é essa que eu tenho aqui.

Falta um mês e meio para eu voltar para o meu amado Brasil e nesse espaço tão curto eu já planejei minhas últimas viagens, passarei pelas provas e entregas de trabalho, preciso me organizar melhor e terei muitas despedidas tristes. Creio que a pior delas será quando eu entrar no avião e perceber que uma parte tão importante da minha vida ficará aqui, e eu não tenho certeza se poderei vivê-la novamente.

24 de maio de 2015

N. 1

Durante esses últimos tempos andei sumida desse mundo. Por muito tempo pesquisei plataformas boas para um blog, que me fossem convenientes, que fossem fáceis. Admito que o tumblr foi uma saída para um blog bonito e fácil, simples e pronto, mas depois me fizeram falta os textos longos, mais elaborados, e o contato com os leitores, que não podiam deixar comentários. Fora a dashboard do tumblr, que era um pedido para eu procrastinar minha vida cada vez mais.

Decidi "sair" do tumblr (quem quiser ir ver, ele ainda está intacto aqui) e procurar uma outra plataforma mais uma vez. Uma gratuita de preferência, visto que isso não é nada mais que um hobby e eu não pretendo ganhar nenhum dinheiro com isso. Durante esse meio tempo de procura, me aventurei um pouco em HTML, que fazia anos, décadas, eras, que eu não via na minha cara. Óbvio que depois de um tempo isso foi ficando de lado com as viagens que tenho feito no intercâmbio e os trabalhos, feitos às pressas enquanto eu planejo minha volta para o Brasil.

E nesse meio, onde ficaram os textos? Minha vontade de escrever não cessava, mesmo em períodos conturbados pela falta de tempo. Eu tinha aquela ideia de que se eu não estivesse com um layout bonito, uma boa plataforma, nem adiantava começar o blog. Comecei a escrever, em momentos de desespero de expressão escrita, um pequeno diário. Logo deixei o coitado de lado, dizendo a mim mesma que no futuro não ia querer ler aqueles ataques de desabafo. O diário escrito não me satisfazia. Ao mesmo tempo que era bom poder escrever tudo o que eu quisesse, sem me importar se alguém fosse ler, era muito solitário. Às vezes gosto de escrever pequenas coisas, trechos de músicas, mas os tipos de diário que mais me encantam são os que eu posso desenhar à vontade, fazer colagens, escrever listas, coisas sem nexos... Por isso logo penso em mudar minha agenda pra um formato maior, que eu tenha mais espaço livre para isso.

De qualquer forma, os textos longos ficaram para depois. E esses dias, eu decidi que eu poderia sim criar um blog meio feinho, só para eu pelo menos ter um lugar para escrever, para eu não ficar empurrando isso com a barriga. Afinal, escrever faz bem. E eu estava sentindo falta desse exercício. Por falar nisso, eu ainda tenho um artigo sobre um projeto do Rem Koolhaas que eu preciso escrever até hoje à noite.

Até.