11 de outubro de 2015

Primeiras impressões sobre Sense8

Poxa você falou que ia voltar ao normal e ficou a semana inteira sem dar nenhuma notícia...
Pois é, sempre que a gente acha que tá tudo bem aparece mais 7892341819827 coisas que a gente precisa dar atenção. Não foi por mal.



Faz um tempo que eu assisti a primeira temporada inteira de Sense8 e queria dar uns pareceres meus sobre a série.
Assisti o primeiro episódio e achei meio sem gracinha, não vou mentir. Mas me falaram tanto dessa série que eu achei que valia à pena continuar a assistir os próximos episódios. No terceiro episódio já achei que estava ficando um pouco mais interessante e havia coisas que eu queria comentar sobre Sense8 aqui, mas achava que seria melhor eu assistir até o final para dar uma opinião melhor sobre o assunto.

ATENÇÃO ESSE POST PODE CONTER SPOILERS.



Não vou comentar de nenhum episódio muito específico, pois como eu disse, faz um tempo que eu vi e não tenho certeza exatamente do que aconteceu em cada um deles. Mas vamos ao que interessa.



A primeira coisa que me chamou atenção em Sense8 é a variedade de personagens que protagonizam a série e isso me deixou muito contente. Achei interessante a história se passar em lugares diferentes do planeta, porque aí rola uma liberdade maior pra criar personagens de realidades muito distintas e isso também significa maior inclusão. Sim! Sinto bastante falta em filmes e séries uma maior participação de personagens homossexuais, trans e de outras raças (e quando digo maior inclusão, não quero dizer uma personagem que tá lá só pra cumprir o papel de "tô aqui pra vocês acharem que isso não se trata só de homens brancos heterossexuais").

Mas apesar de haver uma variedade bem interessante de personagens, achei, de início, tudo muito estereotipado. Nesse caso não me refiro apenas à características dos personagens, mas também todo o cenário desenvolvido para cada um deles.

Um dos pontos legais da série é que cada um tem sua própria história e a gente vai descobrindo ela ao longo dos episódios. A Riley, por exemplo, teve uma história bastante profunda nessa primeira temporada em relação aos outros, talvez porque fosse objetivo torná-la mais protagonista que os demais... Só que o que me incomoda bastante é que Capheus tem a história mais rasa de todos os personagens. Estou, sinceramente, esperando que desenvolvam um pouco mais a parte dele.



Outra coisa que me incomodou muito a respeito do Capheus foi seu "poder". Porra. O poder dele é dirigir? Sério mesmo? Os outros fazem coisas tão diferentes e legais e ele sabe... dirigir? A Sun luta artes marciais, Wolfgang sabe abrir cofres, Kala manja muito de química (inclusive na prática), Nomi é uma hacker, Lito é um ótimo ator, Riley sabe tudo de música e o Will sabe atirar. Sinceramente, podiam ter dado alguma outra coisa pro Capheus fazer porque dirigir é uma coisa que outros também fazem (por exemplo, o Wolfgang e o Will). E não vou nem comentar o último episódio, o quão brava fiquei pelo Capheus ter uma participação tão ínfima, sem contar todos os outros episódios, nos quais ele raramente ajuda os outros.

Procurando outros textos sobre esses pontos que citei, achei um outro ponto interessante que falava sobre o relacionamento entre Kala e Wolfgang. Claro que é interessante um sensate se apaixonar por outro, principalmente quando os dois são personagens muito populares ou carismáticos. Somando o problema de Kala com seu noivo, nada mais parece impedir que o público apoie o amor entre os dois. O problema é que Kala cai num outro estereótipo racista da mulher-dominada que precisa de um homem-dominante. Digamos que Kala, de uma sociedade oprimida, é seduzida por Wolfgang, um homem de uma sociedade opressora. E aí entra a história da mulher que possui seu amor e sua sexualidade descoberta através do homem-dominador. Hm, chato. Apesar disso, gosto muito de ambos personagens e tenho curiosidade para ver com esse relacionamento vai acontecer.



E aí, vale à pena assistir Sense8? Acho que vale sim. Até agora, é a série que mais me chamou a atenção por esse tipo de inclusão. Mas não espere que seja tudo bonitinho e politicamente correto, porque, na minha opinião, tem sim ainda uma distinção racial muito clara na importância dos personagens. Isso não quer dizer que você não possa ver e se divertir, apenas observe tudo com um olhar mais atento, mais aberto às críticas. E se você observar mais algo que te incomode, não hesite em procurar na internet ou até mesmo expor sua opinião, afinal pode ser que você encontre mais pessoas que pensam o mesmo.

2 comentários:

  1. Poxa, acho que seu texto sobre Sense8 foi o primeiro que tocou nesse ponto de alguns serem mais protagonistas do que outros, ou mesmo que os padrões raciais estejam, de fato, estereotipados. Tudo bem que eu não li tantas críticas assim sobre a série, assisti um pouco depois do hype da estreia, mas o seu texto foi o mais certeiro sobre as posições de cada um dentro da série.

    Só que, no meu caso, senti que a Riley é a mais ~inútil~ entre os oito, quase uma donzela em perigo. Quanto ao Capheus eu sinto que a função dele é meio que ser aquele espírito positivo dentro do cluster, algo que mesmo na adversidade da vida que ele tem, conseguiu cultivar com muito mais clareza do que os outros sete. Mas concordo que no episódio final a função dele ficou meio apagada, principalmente ao ter suas habilidades comparadas com a dos outros. Quer dizer, dirigir até eu posso, mas fazer uma bomba com itens de cozinha? HAHA, nem pesquisando no Google.

    Um beijo! ♥

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade que a Riley é bem inútil perto dos outros, mas pelo menos ela tem um papel importante na história. Achei interessante sua explicação para a existência do Capheus dentro do grupo, espero que a série melhore na próxima temporada!
      Beijos!

      Excluir